No segundo dia do evento, foi realizada a cerimônia oficial de abertura do XIII Simpósio Internacional sobre HTLV-1 no Brasil com a presença da reitora da Bahiana, Prof.ª Dra. Maria Luisa Carvalho Soliani que compôs a mesa de abertura juntamente com a representante da Associação Internacional de Retrovirologia da América do Sul, Dra. Mariza Puccioni, a diretora do Instituto Gonçalo Moniz, Dra. Marilda Gonçalves, o presidente de honra do simpósio, Dr. Bernardo Galvão, a presidente do simpósio, Maria Fernanda Grassi, além das representantes dos portadores, Adjeane Oliveira de Jesus e Sandra do Valle.
"Para nós é uma honra receber esse simpósio neste ano em que a Bahiana faz 65 anos, pois o professor Bernardo Galvão trouxe esse espírito da pesquisa voltada para a assistência, o que nos proporcionou o crescimento na pesquisa e no atendimento às pessoas", declarou, em sua fala, a reitora da Bahiana.
Na oportunidade, também foram homenageados a médica e pesquisadora Dra. Achiléa Bittencourt, professora adjunta de Patologia da Faculdade de Medicina da UFBA e o médico e pesquisador mineiro, Dr. Fernando Porietti, pesquisador especial do Laboratório de Epidemiologia e Antropologia Médica, Centro de Pesquisas René Rachou, Fiocruz, Belo Horizonte, MG. “Uma homenagem pretende pontuar pessoas, mas eu a recebo como uma homenagem coletiva que é importante para muitos outros pesquisadores”.
Em sua fala, Dra. Achiléia Bittencourt compartilhou com os presentes sua trajetória na pesquisa e no atendimento aos portadores de HTLV. “Eu dedico há mais de 20 anos na assistência com o HTLV no Brasil, porque é uma doença totalmente desacreditada pela saúde pública, no Brasil”.
“Esse simpósio é importantíssimo para toda a comunidade de portadores de HTLV, pesquisadores, para a Bahia e para a Bahiana, uma vez que temos um centro de referência em HTLV na nossa instituição”, declarou o diretor técnico do Centro Médico Bahiana Saúde, Dr. Humberto Castro Lima Filho, também presente na ocasião. Segundo ele, em primeiro lugar deve vir a assistência, porém, “junto com isso, vem a pesquisa com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. O evento também vem chamar a atenção para as necessidades dessas pessoas, porque o HTLV é uma doença negligenciada e que, na nossa instituição, felizmente, não é! As pessoas recebem todo o suporte, fazemos muito, mas ainda há muito a se fazer”.
O HTLV
A cidade de Salvador tem o maior número de pessoas vivendo com o HTLV-1 no Brasil, cerca de 50 mil. Esse vírus é transmitido principalmente por via sexual e através da amamentação. Os pacientes podem apresentar várias alterações neurológicas como disfunção urinária, fraqueza muscular e, em casos mais graves, uma mielopatia progressiva levando à necessidade de cadeira de rodas. O vírus também pode causar leucemia ou linfonoma.
Para Dr. Bernardo Galvão, a oportunidade fomentou o compromisso dos pesquisadores em continuar a atuar em prol da promoção de saberes em torno do HTLV. “Somos poucos, mas juntos, somos fortes. Precisamos nos unir para que possamos avançar. Acho que esse encontro tem uma importância muito grande, principalmente porque marcou o I Encontro de HTLV da Bahia, o estado com maior prevalência da doença no Brasil e, também, porque retomamos o simpósio internacional de HTLV no Brasil e isso propiciará nos unirmos para alcançarmos nossas metas”.
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