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MCC celebra 25 anos reforçando ética e equidade na formação em saúde

Debate mostrou a urgência de preparar profissionais sensíveis às desigualdades e à diversidade social

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A 25ª Mostra Científica e Cultural da Bahiana (MCC) celebrou, na última sexta-feira (24), os seus 25 anos com uma manhã dedicada a refletir sobre o tema “Cuidar de mim é cuidar do mundo: como promover cuidado com equidade para trabalhadores(as) e estudantes da saúde”. Realizada no Campus Cabula, a Mostra reuniu estudantes, docentes e convidados em um encontro marcado por escuta e diálogo. A cerimônia de abertura contou com as boas-vindas da reitora, prof.ª Maria Luisa Soliani, e com a participação das professoras Carolina Pedroza e Lavínia Boaventura, coordenadoras da Mostra. O evento também promoveu uma homenagem ao centenário do médico e professor Humberto Castro Lima. Representando o homenageado, o vice-reitor Humberto Castro Lima Filho destacou o compromisso ético e humano que a Bahiana inspira: “Como homem branco, encontrei portas abertas e tenho a obrigação de transformar a realidade para que seja mais justa, tenha mais beleza e mais verdade.”

Na conferência inaugural, a psicóloga e pesquisadora Cida Bento, autora do livro “O pacto da branquitude”, provocou a plateia ao afirmar que cuidar de estudantes e profissionais de saúde exige também transformar a própria instituição: “Não há avanço sem medidas concretas, políticas e planos que tornem o ambiente mais equânime”. Referência nacional em saúde do trabalhador e questões étnico-raciais, a convidada destacou ainda a importância de formar profissionais conscientes da diversidade social e racial na cidade onde atuam. “É preciso preparar profissionais de saúde para lidar com todas as pessoas, com realidades e corpos diversos e isso faz parte do juramento ético de quem cuida.”

O tema da MCC se refletiu em experiências concretas na fala de Viviane Pereira, representante do Movimento da População em Situação de Rua de Salvador (MPRS). “Estar aqui dentro de uma universidade é muito importante. Precisamos ocupar esses espaços e ajudar na formação de profissionais que irão nos olhar com mais respeito e cuidado”, afirmou. Foram justamente as experiências vividas nos territórios onde a Bahiana atua que motivaram a escolha do tema sobre equidade e cuidado, como explica Carolina Pedroza, uma das coordenadoras da Mostra. “Percebemos o adoecimento de estudantes e profissionais da saúde. Por isso, quisemos pensar o cuidado de quem cuida, com respeito à singularidade de cada pessoa”. Segundo ela, refletir sobre equidade é reconhecer que não existe um modelo único. “Cuidar é considerar pluralidades, crenças e histórias de vida. É também enfrentar as iniquidades que atravessam o nosso país.”

25ª Mostra Científica e Cultural da Bahiana (MCC)

25ª Mostra Científica e Cultural da Bahiana (MCC)


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