Curso de Psicologia realiza XI Lutas em Saúde Mental

Discutir o processo histórico e político da luta antimanicomial, problematizando a questão dos retrocessos políticos quanto à criminalização do uso de substâncias psicoativas na contemporaneidade e sua relação com a saúde mental. Com este objetivo, foi realizado o evento "XI Lutas em Saúde Mental – Encontro coletivo sobre a luta antimanicomial e os desafios atuais da saúde mental", na manhã de 08/05, no Campus Brotas. O evento, uma ação do curso de Psicologia, coordenado pela professora Renata Berenstein, contou com palestras e apresentação cultural em meio à presença de docentes, discentes e convidados externos.

"A ideia desses encontros é que eles possam ampliar o olhar, inclusive não precisa concordar com o que foi dito, mas refletir profundamente sobre as teorias que estão postas", pontuou, em sua fala, a professora Andreia Beatriz, que realizou a palestra "Os caminhos da formação em saúde". Segundo a prof.ª Renata Berenstein, a discussão ganha força na Bahiana, pois a atuação do psicólogo vai além da clínica, "a atuação enquanto profissionais é pensar a sociedade e entender como a psicologia contribui para o desenvolvimento dessa sociedade. O que a psicologia tem a agregar acerca das questões políticas, éticas e não somente dentro da clínica".

A professora de Psicologia Alice Borges explica que a ideia do encontro também foi transcender o espaço da clínica, articulando a psicologia com outros campos. "Enquanto psicólogos, temos responsabilidades sobre as práticas de cuidados nesses outros espaços extraconsultório, mas que acolhem pessoas com sofrimento psíquico. Então a ideia é ampliar o campo de atuação, entendendo a complexidade da atuação do psicólogo e sua responsabilidade social, política e ética, independentemente do contexto em que ele for atuar", pontua Borges. A programação foi encerrada com uma apresentação musical de Gustavo Mesquita, “Aquele Que Acredita”, e a Banda CAPS, do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) de Pernambués. "Essa atividade artística é muito importante, porque nossos usuários do CAPS AD são vistos de cima para baixo e, quando a gente coloca eles no palco, a gente inverte esse olhar. Para a autoestima deles isso tem um poder fantástico", declara Gustavo.